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segunda-feira, 23 de maio de 2022

Então escrever também nos prende?

 

Quase seis anos depois, volto com o mesmo discurso: que bom que não apaguei.
Me reencontrei por aqui. Tenho sentido a pulsante necessidade de escrever.
Vez em quando, sobre nem sei o quê. Mas a escrita me conecta com o mundo. Organiza meus pensamentos, talvez por isso, papel e caneta façam parte do meu kit sobre(vivência). Na correria do dia-a-dia, tem hora que preciso parar e escrever alguma coisa. Nem que sejam listas. Nem que seja alguma palavra que acabei de falar. Nem que seja meu próprio nome. E parece um resgate. Parece que me tira do caos e me traz de volta ao ponto exordial.

Lembrei de que criei essa página lá pelas bandas do Ensino médio, enquanto estava em crise comigo mesma, vivendo minha juventude questionadora e dramas jamais vistos - quem dera eles fossem os maiores. Sorri: de mim mesma. Chorei de emoção.

Escrever é também um ato de coragem. Uma forma de se despir. Um abrir de portas pra que o outro entre. A licença pra que alguém te interprete. E quem dá conta dessa interpretação, se cada um parte de um lugar no mundo?

Então escrever também nos prende? Não sei. Mas o óbvio também não mora no não dito. 

Paguei meu próprio resgate. Volto para onde nunca saí. Abrindo portas pra que outros entrem. Não dou conta da interpretação de quem me lê, mas dou conta de quem quer abrir a porta.

Quer entrar e tomar um café?

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