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segunda-feira, 4 de julho de 2016

Maria. Mas isso ainda diz pouco.



              
       Há pouco tempo percebi que este blog, talvez, tenha sido, involuntariamente, uma das melhoras ideias que já tive. É uma viagem contínua de retorno a mim mesma. Há quatro anos - ou um pouco mais - esse blog foi criado com o objetivo, ou melhor, sem objetivo algum: apenas para que eu pudesse escrever. Uma forma de pôr para fora o que o coração às vezes teima em falar. 

        Quase quatro anos depois vejo e revejo o tanto de mim que ainda há em mim e o quanto, ao mesmo tempo, tudo mudou. Maria mudou em relação ao mundo, o mundo muda o tempo todo em relação à Maria. Nas entrelinhas vou percebendo o quanto de mim deixei aqui e volto pra buscar. A gente permanece nessa eterna busca, né?

          Estava redigindo o Trabalho de Conclusão de Curso e, "tcharam", parei tudo pra me encontrar. Aqui. Como costumei fazer por tanto tempo. Tempo esse que, desde 2012, quando iniciei a faculdade, foi sendo ocupado de outra forma. Aos poucos tudo vai se transformando e a gente nem percebe. É clichê. Muito. Mas não há verdade maior. Somos instantes. E isso fica cada vez mais claro.

         Num momento de fragilidade, me emociono ao ver e relembrar os momentos exatos em que eu me dedicava a escrever, além de perceber que algumas pessoas acompanhavam de longe e me pediam pra continuar escrevendo. Agora enxergo que, por muito tempo, abri as portas do meu mundo e dei licença pra quem quisesse entrar. Essa porta, por sinal, eu não fecho. Por mais que algumas coisas sejam engraçadas e, até sem jeito, eu não me permito apagar, tirando mais uma parte de mim, dentre tantas outras que se foram.

          A convicção de que precisamos - sempre - de algo para nos reencontrar não sai da minha cabeça. Amigos, músicas, cartas, fotografias, qualquer que seja o meio, será sempre necessário. A nossa letra muda, os nossos sonhos mudam, nossas reações e medos tornam-se outros. Enquanto escrevo, as músicas que selecionei há quase três anos permanecem aqui, como uma conversa minha comigo mesma e "pode ser cruel a eternidade... eu ando em frente por sentir... vontade".

            
           


     

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